O IP Facens (Instituto de Pesquisa do Centro Universitário Facens), em parceria com a TIM Brasil, Stellantis, as universidades USP-São Carlos, UFSCAR e a alemã Technische Hochschule Ingolstadt (THI), lançaram o projeto Conecta 2030: ecossistema conectado e cooperativo para detecção de pedestres em travessias. Ele é voltado para a criação de um ambiente colaborativo e conectado com foco em iniciativas para a segurança de pedestres e ciclistas.
A aprovação do projeto foi feita no final de abril pela FUNDEP, uma das coordenadoras do programa Rota 2030. A partir de agora, as empresas envolvidas no Conecta 2030 têm pela frente o desafio de desenvolver um ecossistema conceito para o desenvolvimento e implementação de soluções ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor), a partir de três pilares principais: conectividade, inteligência artificial e gêmeos digitais.
O programa Rota 2030 é parte de uma estratégia elaborada pelo Governo Federal para desenvolvimento do setor automotivo no país. Além de trabalhar políticas de incentivo à indústria, possui como pressupostos princípios de sustentabilidade ambiental e cidadania. O projeto Conecta 2030 atende à demanda do programa prioritário sobre Conectividade Veicular, estabelecido pelo FUNDEP, especialmente para a linha de conectividade dos veículos com o ambiente externo e a possibilidade de proporcionar mais segurança no trânsito.
De acordo com Roberto Netto, coordenador de tecnologia do IP Facens, o objetivo é desenvolver um ambiente de gêmeo digital de uma parte do 5G Smart Campus Facens, e assim, testar um recurso de detecção de usuários vulneráveis em vias públicas. “Essa aplicação será composta pela detecção de pessoas atravessando uma faixa viva. Será possível, também, verificar se o indivíduo está em situação de perigo, para que seja enviado um alerta tanto para os veículos envolvidos nesse cenário como para o pedestre”, explica.
Átila Xavier, diretor de arquitetura, inovação e tecnologia da TIM Brasil, reforça que a Facens é reconhecida por sua excelente trajetória acadêmica; a THI é referência na Europa para projetos de conectividade veicular; as Universidades de São Paulo e UFSCAR são instituições respeitadas por sua expertise em tecnologias avançadas. “Com a Stellantis já temos uma parceria sólida e bem-sucedida para desenvolvimento e aplicação de tecnologias para o setor automotivo”, conta.
“Quando olhamos para os pedestres e trabalhamos em parceria sendo inovadores, estamos buscando evolução tecnológica para um futuro mais seguro e sustentável no uso de veículos”, observa Helder Oliveira, supervisor de conectividade da Stellantis
A Technische Hochschule Ingolstadt (THI), por sua vez, considera que o financiamento do Rota 2030 é mais uma vez uma excelente oportunidade para avançar em projetos de pesquisa aplicada na área de mobilidade com notáveis parceiros universitários e industriais do Brasil. A empresa já conta com a rede estratégica AWARE (Applied NetWork on Automotive Research and Education) com vários parceiros no Brasil.
Rota 2030
A THI já esteve envolvida noutros projetos implementados com sucesso no âmbito do programa ROTA 2030. Os resultados obtidos tiveram um impacto significativo no domínio académico e deram origem a publicações conjuntas. No âmbito do projeto, dois alunos de mestrado irão passar dois semestres como estudantes de intercâmbio no THI, pesquisando algoritmos para direção automatizada e inteligência artificial.
Para esse fim, eles conduzirão pesquisas relacionadas ao projeto no CARISSMA Institute of Automated Driving (C-IAD) e no Núcleo de Mobilidade e Inteligência Artificial AImotion na Bavária. A expertise e as ferramentas desenvolvidas pelo CARISSMA Institute of Electric, Connected and Secure Mobility (C-ECOS) para conectividade automotiva serão integradas ao Conecta 2030, possibilitando uma forte sinergia entre os parceiros brasileiros e alemão”.
Luciana Zaina, docente e pesquisadora em Experiência do Usuário na UFSCar e coordenadora associada do projeto aprovado, salienta que o projeto envolve esforços de pesquisa em diferentes áreas, como inteligência artificial, conectividade, simulação e experiência do usuário para o setor automotivo. André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, pesquisador da área de Inteligência Artificial, professor e diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação no Campus de São Carlos da Universidade de São Paulo, essa ação “trará importantes contribuições não apenas para o setor automotivo e para a pesquisa científica, tecnológica e de inovação nas instituições acadêmicas, mas para a segurança e qualidade de vida da população.
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